“Está nas nossas mãos deixar de fumar. Fumar é como poluir um rio. É fácil poluir, difícil é despoluí-lo” — garantiu hoje o professor José Precioso, do Instituto da Educação da Universidade do Minho, na EPATV — Escola profissional Amar Terra Verde.
Acerca dos comportamentos juvenis, José Precioso deixou um alerta: “não tens o direito de pressionar o outro a fazer o que ele não quer. Fumar deixou de estar na moda e vós podeis ser a primeira geração de não fumadores. Fumar é ser sofisticado/a, ter estilo ou ser charmoso/a. Nada disto é verdade. Se vos pressionarem, tens de aprender a dizer não”.
José Precioso fala na primeira etapa, aberta aos alunos dos primeiros e segundos anos do Curso Técnico Profissional de Estética e de Curso Técnico Profissional Cabeleireiro(a), de uma dupla jornada que assinala o Dia Nacional do Não Fumador que prossegue quarta-feira, com nova sessão em que é oradora a Prof. Isabel Sousa.
Coordenada pelo Prof. José Barros e pelo Serviço de Psicologia Orientada Dra. Catarina Pessoa e Dra. Joana Gomes, esta iniciativa trouxe à EPATV um dos maiores especialistas do não tabagismo, um movimento que quer evitar a morte de cinco milhões de pessoas em cada ano.
“Ninguém nasce fumador” mas aprende-se a fumar com os pais, amigos, no emprego, na escola e por causa da publicidade – lembrou este professor universitário.
Ao consumo do tabaco acontece o mesmo que no álcool ou na alimentação onde também “há uma indústria que o produz e quer vender” — acrescentou José Precioso que desmontou alguns mitos.
Algumas raparigas pensam que fumar ajuda a emagrecer ou que deixar de fumar engorda. “Errado: comer menos, beber menos álcool e consumir menos açúcar e gorduras e queimar calorias com exercício físico são as regras a seguir para emagrecer”.
O consumo de tabaco é responsável pela morte de 650 mil pessoas na União Europeia, entre os 35 e 69 anos, e por 25 a 30 mil portugueses, o que transforma o ato de fumar num “problema de saúde pública grave” e a primeira causa de morte evitável nos países ocidentais.
José Precioso lembrou aos jovens que 90% dos cancros de pulmão, 75% de bronquites crónicas e enfisemas, bem como 25% das doenças cardiorespiratórias são devidas ao consumo de tabaco que é também um “inimigo do coração”.
Esta dependência “prejudica também as mulheres embora estas fumem menos e há menos tempo” e causa outro tipo de cancros como nos lábios, bexiga, fígado, pâncreas e esófago”.
O tabaco — sendo responsável por 50% dos cancros — degrada também a aparência física, como podem ver aqui, convida ao decréscimo de exercício físico, gera impotência sexual nos homens.
Se a dependência é causada pela nicotina, o papel que envolve o cigarro (alcatrão) é o gerador de maior número de doenças, garantiu José Preciso que desmentiu outro mito: bastam dois ou três meses para ficarmos dependentes. É como a cafeína.
Em termos de consumo de tabaco, Portugal está a meio da tabela europeia (12% de jovens com 15 anos fumam um cigarro por semana) mas já estivemos pior (20%), num movimento semelhante ao do álcool. Por isso, fumar é uma moda em extinção.