Os alunos do 3º ano de Refrigeração e Climatização assistiram, no passado dia 23, na Casa do Conhecimento, a uma palestra intitulada “Ainda precisamos do jornalismo?”, por Luís Santos, professor do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho. A conferência foi marcada pelo elevado interesse e participação do público, tendo alguns alunos da EPATV colocado questões ao palestrante incidindo sobre tópicos como as fontes de informação e o papel do jornalismo na sustentação da democracia.
O professor traçou o cenário atual do jornalismo português e internacional, marcado pelo imediatismo, sensacionalismo e pela inversão de prioridades em que o frugal se sobrepõe ao importante. Tudo isto não são novos problemas, o que é novo é a “escala” em que isso acontece, sublinhou Luís Santos, e o surgimento da internet e das redes sociais muito contribuiu para o atual cenário. As dificuldades do jornalismo, explica o professor da Universidade do Minho, relacionam-se com dois fatores: um modelo comercial que é cada vez mais inviável, marcado pela gestão das receitas de publicidade por parte dos gigantes tecnológicos, e por uma “avalanche de informação” por oposição à “escassez de informação”. Para além disso, as redes sociais alteraram profundamente o modo como olhamos os acontecimentos, o modo de percecionar o outro que tem uma opinião diferente, a nossa capacidade de refletir sobre o que acontece à nossa volta e a rapidez como circula a informação. Quanto à questão de o jornalismo continuar a fazer falta, o professor não tem dúvidas que sim. Em sua opinião, “um jornalismo de qualidade e plural, é essencial à defesa da democracia”.
