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Dr. José António Araújo Fundador da EPATV dá nome a Praça em Terras de Bouro

Dr. José António Araújo Fundador da EPATV dá nome a Praça em Terras de Bouro

Dr. José António Araújo Fundador da EPATV dá nome a Praça em Terras de Bouro

O Dia do concelho de Terras de Bouro foi marcado pela homenagem póstuma ao homem que o governou durante 22 anos: José António Araújo, fundador da Escola Profissional Amar Terra Verde, em 1993, é nome de uma das praças da sede do concelho.

O descerramento da lápide coroou uma sessão solene, após a qual o presidente da Câmara de Terras de Bouro, a esposa de José Araújo e a filha descerraram a placa com o nome do homenageado numa praça a requalificar e enriquecer com um busto de José Araújo.

Parcídio Summavielle, ex-presidente de Câmara de Fafe e ex-governador civil de Braga, enalteceu a ação de José Araújo, um «político leal, sincero e honrado” que “sempre soube construir pontes” e “contribuiu para a normalidade e pacificação da vida política da região”.

Parcídio Summavielle destacou «a sua determinação, o seu empenhamento em dar ao seu município as infraestruturas propiciadores do bem-estar social e dignidade humana hoje exigíveis», que o levaram a que José Araújo fosse eleito «mais do que uma vez e expressivamente» pelo povo de Terras de Bouro para presidente da Câmara.

No final, coube à filha, Sandra Araújo Monteiro, diretora pedagógica da EPATV, o discurso de agradecimento perante o salão nobre lotado de amigos, onde se viam ex-presidentes da Câmara Municipal, ex-vereadores, presidentes de Junta de freguesia, o Presidente da ATAHCA, entre outras personalidades da vida religiosa, cultural e social terrabourense.

Sandra Araújo definiu o pai como um homem de caráter, obstinado e de elevado grau de teimosia, «capaz de quebrar qualquer protocolo».

 “O meu pai era, efetivamente, movido por uma ânsia de bem servir, o melhor que sabia e podia” – lembrou Sandra Araújo Monteiro, deixando, em nome da família, um agradecimento.

Frei Bernardo Domingos – “colega de carteira na escola primária de Vilar” –  e José Viriato Capela, vereador de José Araújo, no primeiro mandato, privaram de perto com José Araújo e estiveram presentes.

 “José Araújo tinha o sentido do tempo que nos falta hoje”, disse Viriato Capela, definindo-o como “um construtor do poder local e da identidade de Terras de Bouro”.

José Araújo foi um autarca próximo das pessoas, elegante e solidário no saber ultrapassar as fronteiras político-partidárias, um modelo a seguir num tempo em que os políticos não podem ser uma penhora ou encargo para o país, mas um bem ao seu serviço.

A paixão pela História, levou-o a publicar vários livros, entre eles, em 2010,  ‘Terras de Bouro – Cem Anos de Adversidades’, sobre o passado de luta pela liberdade dos povos de Terras de Bouro assente num ideário político e humano de José Araújo que se confunde com essa luta de séculos dos búrios.

José Araújo deixou-nos também livros sobre A Fronteira da Portela do Homem, Braga, 2010 ou As mimosas e a agonia do Parque Nacional, Braga, 2010, e, ainda, Termas do Gerês a defesa do futuro, Braga, 2001, entre outras publicações.

José António Araújo é um exemplo da causa da cidadania pela sua vida que constitui uma referência para Terras de Bouro, o Minho e Portugal.

Ele foi um autarca próximo das pessoas, elegante e solidário no saber ultrapassar as fronteiras político-partidárias.

A vida e a obra de José Araújo mostram que há mais vida para além de Porto e Lisboa, aqui há vida, cultura, saber e referências que são orgulho para todos nós.

Orador por excelência, José Araújo deliciava as plateias falando das derrotas e vitórias dos terrabourenses no passado como só ele sabe, fundamentando-se em documentação histórica e no trabalho de outros investigadores.

Foi sempre, enquanto autarca, uma voz incómoda para o poder central e, no fim, quis ficar junto dos seus, no cemitério de Moimenta-a-Nova, para que estes possam desabafar: foi muito bom tê-lo connosco.