“Nos 50 anos do 25 de Abril, os portugueses devem perguntar-se se aceitariam viver num país sem liberdade!”

Vasco Lourenço

Presidente da
Associação 25 de Abril

In Revista TER 50

Foi um dos principais protagonistas do Movimento das Forças Armadas que, há 50 anos, devolveu a Liberdade ao povo português. Sendo um dos grandes impulsionadores do Movimento, pertenceu à sua Comissão Coordenadora. Preso e transferido compulsivamente para Ponta Delgada nas vésperas da Revolução, é dos Açores que assiste ao 25 de abril. Regressado ao Continente, integra, a partir de julho de 1974, o Conselho de Estado e, mais tarde, o Conselho dos Vinte e o Conselho da Revolução de que foi porta-voz. Primeiro subscritor do Documento dos Nove, que inflete, em 1975, o rumo dos acontecimentos políticos, é, por todos os motivos, um ator da História a quem Portugal muito deve.

Fundador e atual presidente da Associação 25 de Abril, entrevistá-lo quando se comemoram os 50 anos da Revolução dos Cravos foi tarefa que assumimos como um dever.

TER – Tendo sido preso pouco antes do 25 de Abril e enviado compulsivamente para Ponta Delgada, como viveu, à distância esse dia?

Vasco Lourenço – Partindo para Ponta Delgada no dia 15 de março de 1976, sou surpreendido com o 16 de março no dia seguinte. Desconhecendo o que se passou, temi pelo desmantelamento do Movimento.  Só a 22, com a chegada do Melo Antunes, pude conhecer o que se passara, descansando ao saber que o Movimento continuava e tudo avançava para o nosso objetivo de libertação do país da ditadura fascista e colonialista.

De qualquer forma, estávamos preparados para intervir em S. Miguel, no sentido de controlarmos a ilha.

Conhecedores do plano de Salazar para fazer frente a um golpe vitorioso no Continente – fuga para S. Miguel e pedido de apoio aos aliados – admitindo que Marcelo Caetano mantivesse o mesmo plano, preparámo-nos para fazer a devida receção ao ditador, caso conseguisse fugir para Ponta Delgada.

A ação do MFA, que tudo resolveu rapidamente, incluindo a prisão de Marcelo Caetano, não nos permitiu “ficar na fotografia”.

Assim como tornou desnecessária qualquer das outras duas hipóteses consideradas: caso a ação do MFA no Continente não se resolvesse rapidamente, a nossa ocupação do Poder em S. Miguel, com a declaração de apoio ao MFA, iria fazer pender o prato da balança para o nosso lado; caso o MFA fosse derrotado, uma ação suicida nossa – ocupação de S. Miguel e declaração de apoio ao MFA com a exigência de libertação dos camaradas presos, o que provocaria um escândalo internacional.

Com o Otelo, que me substituiu no comando das operações, tudo correu bem, comigo falta fazer a prova, o que é, naturalmente, impossível.

 

TER – Mas sabia que a ação decorreria no dia 25?

Tendo enviado um código ao Otelo, através de um Capitão da Força Aérea (Estevinho) que fizera uma visita aos Açores acompanhando um curso de cadetes numa viagem de estudo, para que ele enviasse um telegrama à sogra do Melo Antunes a dar-nos conhecimento da data-hora de início da operação militar, no dia 24 de abril, perto das 12H00, chegou o telegrama com a mensagem “Tia Aurora segue EUA 25.03.00. Um Abraço. Primo António”.

Eram cerca das 18H00 quando Melo Antunes regressou ao Q.G. da ZM Açores onde eu estava de oficial de serviço e me deu conhecimento do telegrama.

A partir daí acionei o plano preparado, convoquei os dois oficiais das Unidades da Ilha de S. Miguel (Regimento de Infantaria e Grupo de Artilharia) informei-os da situação, preparando-nos para atuar de acordo com o que decidíramos.

Ao mesmo tempo, alertei o meu adjunto e elemento de ligação aos oficiais milicianos (Alferes David Lopes Ramos) para que colocasse tudo sobre rodas.

Pensando que se fosse eu a comandar as operações, procuraria ocupar uma emissora de rádio difusão para difundir mensagens à população e, em situação de emergência, utilizá-la para comunicações com as minhas tropas, admiti que o Otelo tivesse a mesma ideia. Por isso, a partir das 01H15 (duas horas mais cedo que no Continente) comecei a fazer zapping no rádio, esperançado em que o Otelo o tivesse feito.

De repente, pouco depois das 02H20 (04H20 no Continente), caí num posto que estava a emitir um comunicado: “Pede-se à população que não saia de casa, pede-se aos médicos e aos enfermeiros que acorram aos hospitais…”

Terminado o comunicado, irrompe uma marcha militar que, nos cerca de três a quatro minutos que durou, ouvi, passeando no gabinete e sussurrando “é nosso ou é deles, é nosso ou é deles?” …

Depois dos minutos mais longos vividos nos meus então 31 anos e 10 meses, parou a marcha militar e foi retransmitido o comunicado. Ao ouvir “Aqui, Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas…” saltei que nem um louco, exclamando “Ganhámos! Ganhámos! Ganhámos!”.

Isto, porque nunca duvidei que, estando já a transmitir um comunicado, o MFA iria vencer.

Logo telefonei ao David Lopes Ramos que avançou rapidamente para o Q.G. e começou a ouvir a BBC que, transmitindo informações sobre o que se passava, foi a minha principal fonte de informação (além do Rádio Clube Português, emissora ocupada pelo MFA, de onde transmitia os seus comunicados).

Chamei ao Q.G. o Major Melo Antunes, assumi o controlo do Q.G. cujo Almirante Comandante Militar rapidamente aceitou o nosso comando, principalmente depois de lhe apresentar o rascunho do Programa do MFA e o pôr em contacto com o Posto de Comando de onde, a meu pedido, lhe ordenaram que a partir dali deveria obedecer ao Capitão Vasco Lourenço e ao Major Melo Antunes.

 

TER – Como estabelecia contacto com os seus camaradas no Continente?

Servi-me da minha mulher que, professora do ensino primário, fora passar as férias da Páscoa comigo (casados em fins de setembro de 1973, em plena conspiração, a nossa lua de mel só se pôde concretizar em S. Miguel…), para obter algumas informações e mas comunicar numa carta normal, inserindo “frases código” no texto, previamente definidas por mim, ou não fosse eu um criptólogo.

Para além disso, como já referi, enviei um código ao Otelo para me informar acerca da hora e data do início da operação. O resto seria comigo e com o Melo Antunes. Como aconteceu…

 

TER – Receou, em algum momento, que a operação falhasse?

Se o 16 de março me criara forte desânimo, a partir da chegada do Melo Antunes, conhecedor como era de toda a estrutura e organização do Movimento, confiei sempre no nosso sucesso. E, como disse, assim que constatei a ocupação de uma emissora de rádio difusão, tive sempre a convicção da nossa vitória. Como aconteceu…

 

TER –  Qual foi, em sua opinião, o momento decisivo para a vitória?

Além da maneira como a operação foi conduzida – saída de todas as forças envolvidas à hora H – ,  o que fez com que quando Salgueiro Maia, comandando a força da EPC, que saíra de Santarém às 03H00, chegou a Lisboa (05H30/05H45), já todos os objetivos constantes da ordem de operações estivessem conquistados (RCP, RTP, EN, QG/RML, Aeroporto), o momento decisivo terá sido o episódio da zona do Terreiro do Paço (Ruas do Arsenal e da Ribeira das Naus), só possível porque Jaime Neves não cumprira a missão a que se comprometera, ou seja, com dois grupos de comandos prender os oficiais do Regimento de Cavalaria 7. Em resultado desse incumprimento, esses oficiais da principal Unidade apoiante do Governo conseguiram avançar com uma importante força (de Carros de Combate), tentando fazer frente ao MFA. Valeu-nos a ação de um Alferes, de um Furriel e de um Cabo que, na sequência da atitude do Coronel Comandante do RC7 que lhes gritara “eu sou o Comandante, ninguém faz fogo sem eu ordenar”, se recusaram a obedecer ao Brigadeiro Segundo Comandante da RML, que estava comandando essa força e, desesperado, ordenou fogo sobre Salgueiro Maia e os seus homens. Esse foi, para mim, o momento decisivo.

Poderíamos ter vencido – o MFA dominava praticamente todo o país – mas tudo teria sido diferente, muito mais complicado e difícil, se esses homens não se tivessem recusado a cumprir a ordem de um Brigadeiro que, temos de salientar, foi um dos poucos apoiantes do Governo que se portaram com galhardia. A grande maioria “meteu-se debaixo das secretárias” e não esboçou o mínimo gesto de defesa do regime…

 

VASCO LOURENCO E OTELO SARAIVA DE CARVALHO

TER –  O Movimento dos Capitães tem a sua génese numa questão corporativa (decreto que possibilita o acesso dos milicianos ao quadro permanente). Em que momento se transforma em contestação política à ditadura e assume a necessidade da mudança de regime?

 A História não é tão simples como isso. Considero que, para além do mal-estar que de há muito se vinha gerando e instalando no seio dos oficiais, nomeadamente no que respeitava à Guerra Colonial – o regime olhava para ela como solução, muitos militares consideravam urgente procurar uma solução política para alcançar a Paz – tudo “terá começado” com a contestação ao Congresso dos Combatentes que o regime organizou no Porto, nos dias 1 a 3 de junho de 1973. Depois disto, depois do total fracasso imposto aos organizadores do Congresso, um grupo de oficiais vinha discutindo “que fazer, para aproveitar a força que haviam verificado possuir, se se organizassem?”. O Poder não fora capaz de reagir a uma atitude de indisciplina dos 420 oficiais contestatários do Congresso. Foi quando surgiu essa questão corporativa, que os mais conscientes e decididos aproveitaram de imediato, para avançar para a organização de um Movimento, que permitisse a ação de mudança do regime.

Pessoalmente, quando em 09 de setembro de 1973, avanço para a reunião de Alcáçovas, por mim organizada como coordenador de um pequeno grupo de oficiais – reunião onde compareceram 136 oficiais – não ia a pensar nos decretos ou nos problemas corporativos. Como aliás tive oportunidade de provar, menos de dois meses depois, quando o Governo nos tentou comprar, primeiro com a anulação dos decretos, depois com cerca de duzentas promoções e mais tarde com chorudos aumentos de vencimentos, esclarecendo o oficial através do qual o Governo nos fez saber que iria “fazer-nos todas as vontades, pelo que deveríamos dar-lhe um cheque em branco”. À sua acusação de que eu, em Alcáçovas, já não pensava nos decretos, respondi, “mas eu nunca te enganei! Eu sempre afirmei que os decretos pouco me importavam!”.

 

TER –  Não considera ter havido uma perda de protagonismo do Movimento com a constituição da Junta de Salvação Nacional e particularmente com a sua chefia por parte do general Spínola?

Certamente que sim. O que posso dizer-lhe é que, pouco depois do 25 de Abril, já vários camaradas meus do Movimento (lembro especialmente o Victor Alves, membro da Direção do Movimento, juntamente comigo e o Otelo) afirmaram que “Se o Vasco Lourenço cá estivesse, a Junta de Salvação Nacional, e nomeadamente o seu Presidente, não tinham sido como foram”.

O facto é que, regressado a 29 de abril de Ponta Delgada, nesse mesmo dia comecei a ser “a besta negra” de Spínola, e considero que fui peça fundamental para evitar que ele alcançasse êxito no projeto de poder pessoal que, sem dúvida, tinha.

 

TER – Descolonizar, Desenvolver, Democratizar, foram os grandes objetivos. Que balanço faz 50 anos depois?

Quanto à descolonização, realizada com vários anos de atraso, prefiro chamar-lhe Descolonização/Independência, Independência/Descolonização. Nas condições em que se realizou, considero muito difícil, se não impossível, conseguir-se fazer melhor. Importa ter presente que a Guiné declarara a Independência, unilateralmente, em setembro de 1973, e, em 25 de Abril de 1974, já estava reconhecida por mais países do que aqueles com quem Portugal tinha relações diplomáticas (o “orgulhosamente sós” de Salazar, prosseguido por Marcelo Caetano), como importa reconhecer o caso específico de Timor-Leste, onde a Indonésia interveio diretamente, é certo que devido a enormes erros de responsáveis timorenses.  O facto é que foi possível a criação de novos países independentes, que falam o português e estão ligados na comunidade dos países lusófonos, os PALOP’s.

 

TER –  Poderia ter corrido melhor…

Podia ter corrido melhor? Certamente, principalmente se não tivesse acontecido após uma longa guerra em três das antigas colónias. Salvou-se o essencial, ou seja, boas relações desses novos países com Portugal. Quanto aos enormes problemas com que se confrontaram após as independências, nomeadamente os que enfrentaram guerras civis, já são resultantes deles próprios, dos seus povos e dirigentes, não podem ser associados à antiga potência colonizadora, isto é, a Portugal.

 

TER –  E quanto ao objetivo de desenvolver?

Após um enorme avanço, nos tempos que se seguiram ao 25 de Abril, nomeadamente no desenvolvimento social (que não económico, pois as sabotagens dos inimigos da Democracia tiveram forte influência), temos vindo a assistir a um acentuado retrocesso. Sendo este o D que se considera menor conseguido, que está mais por alcançar, o facto é que não podemos assacar a culpa aos “outros”. Temos sido nós, os portugueses em conjunto, que não temos sido capazes de nos organizar melhor, fazer as escolhas devidas e realizar o que é necessário para que o Desenvolvimento capaz – económico, mas também cultural e social – seja uma realidade.

 

TER –  Parece-lhe que o objetivo de Democratizar é o mais conseguido?

Este é um D que parece estar cumprido, mas que considero muito aquém do que poderíamos ter alcançado.

É certo que não há Democracias perfeitas – a Democracia é o pior de todos os sistemas políticos com exceção de todos os outros. Pessoalmente, continuo a considerar preferível uma má Democracia a uma “boa” ditadura, mas também considero que tínhamos, temos o dever de tornar menos má a nossa Democracia.

Íamos sendo pioneiros, em 1974/75, quando tentámos conciliar a Democracia Representativa (ou parlamentar) com a Democracia Participativa (ou direta). Falhámos nessa empreitada, na minha opinião pela ação dos “defensores” da Democracia Participativa. Não soubemos “separar as águas”, cada um assumindo as respetivas responsabilidades.

Hoje, a Democracia está cheia de falhas, cometem-se enormes erros… depois das eleições regulares, é raro ver os eleitos a tentar defender os interesses dos eleitores.

A Democracia quase que se resume a uma luta pela conquista do poder.

Uma vez conquistado, os vencedores esquecem-se das promessas feitas, dos compromissos assumidos e, em vez de servirem, procuram servir-se!

Como Capitão de Abril, é esta uma das minhas desilusões, é este um dos meus maiores desenganos: os cidadãos portugueses deixaram-se cair num estado de egoísmo, de individualismo, alheiam-se da atividade cívica, participam muito pouco no que devia ser um imperativo coletivo

 

TER –  Como vê, hoje, o regime? O que mais o faz sentir que o 25 de Abril se cumpriu, o que mais o preocupa?

Portugal, com todos os defeitos que a sua sociedade comporta, é bastante diferente e melhor do que era em 25 de Abril de 1974.

Para além da Liberdade, da Democracia, da Paz, evoluímos muito no campo da Educação. O retrocesso da justiça social, com o aumento do fosso entre os mais pobres e os mais ricos – resultante essencialmente da gritante desigualdade do repartir as mais valias da produção, entre o Capital e o Trabalho, tudo agravado pelo facto de a mais valia da intervenção das máquinas ir toda para o Capital, bem como com o escandaloso aumento do diferencial salarial – com o aumento da pobreza, com o regresso de uma acentuada emigração, à procura de melhores condições de vida, faz perigar a Democracia, cria espaço para o crescimento de forças populistas, demagógicas e antidemocráticas.

Continuo esperançado em que os portugueses não se decidam pelo regresso a um passado de repressão e supressão das Liberdades.

A História é feita de ciclos, confio que o ciclo da Liberdade, da Paz e da Democracia não termine em Portugal, dando origem a um acentuado aumento da injustiça Social.

Isso depende essencialmente de nós.

Abril ter-se-á cumprido, no seu essencial, mas Abril, como projeto de Liberdade, Paz, Democracia e Justiça Social será sempre um projeto inacabado.

Assim o queiram os Portugueses!

 

TER – Não acha que existe um certo branqueamento, uma certa normalização do regime do Estado Novo?

É natural. Os defensores do “antigamente” nunca desistiram. Desde o próprio 25 de Abril, que tentaram recuperar terreno. Nestes 50 anos estiveram perto de conseguir atingir os seus objetivos. Abril conseguiu sempre evitá-lo. Mas, eles não desistem e continuam por aí. E uma maneira de conseguirem atingir os seus objetivos é convencerem os incautos, os desprevenidos, os ignorantes, nomeadamente os que não conheceram esses tempos de ditadura (o termo Estado Novo já é, por si, um enorme branqueamento da ditadura) que “aquilo não era tão mau como o pintam”! Cabe aos democratas não permitir esse branqueamento… Como? Nomeadamente não esquecendo, não perdendo a memória, acentuando os devidos esclarecimentos. Com iniciativas concretas, como a criação do Centro Interpretativo do 25 de Abril – onde se procurará mostrar “O que se fez, como se fez e, principalmente, porque se fez “.

 

TER – Acha que o programa das comemorações do cinquentenário faz justiça à importância histórica do 25 de Abril?

 É um tema que não gostaria de tratar especificamente. Quer a Associação 25 de Abril, quer eu pessoalmente, estamos a colaborar nas Comemorações oficiais, para além dos atos próprios que, de acordo com os nossos estatutos, organizamos. Como o fazemos todos os anos.

Somos críticos em relação à forma como, desde o início se têm organizado as comemorações.

Nem sempre concordámos com as opiniões e decisões dos responsáveis maiores.

É nosso propósito contribuir para que as comemorações atinjam os objetivos que o 25 de Abril merece e justifica.

Estamos esperançados em que as comemorações possam contribuir para que os portugueses desejem e consigam manter e fazer perdurar as portas que os Capitães de Abril, através do MFA, abriram a Portugal e aos portugueses, em 25 de Abril de 1974: uma sociedade Livre, em Paz, em Democracia, com Fraternidade e com mais Igualdade e consequente Justiça Social.

 

TER – Casos como o de Salgueiro Maia, ao tempo do governo de Cavaco Silva, não indiciam uma certa ingratidão do país em relação aos capitães de Abril?

Se me fala em ingratidão dos governantes e principais responsáveis políticos, nestes 50 anos, terei de responder afirmativamente (não vou repetir os muitos exemplos passíveis de justificar esta opinião). Se me fala no país, através do seu povo, a resposta já é diferente. Continuamos a sentir-nos bem, com o carinho e a consideração que os portugueses, de uma maneira geral, têm para connosco. Pessoalmente, tenho imensas e permanentes provas desse carinho e consideração, que me sabem muito melhor que as “palmadinhas nas costas” de muitos dos que têm passado pelo Poder…

 

TER – Quer deixar uma mensagem aos portugueses nestes 50 anos do 25 de abril?

Sim. Não desistam de lutar pelos vossos interesses, pelos valores em que acreditam! Não deixem que os outros decidam por vós, o que acontecerá se se abstiverem dos vossos deveres de participação cívica, enquanto cidadãos. Sejam cidadãos “de corpo inteiro”. Por fim, perguntem a vocês mesmo se aceitariam viver num País sem Liberdade. E se a resposta for não, como confio que seja, tenham a Coragem necessária para lutar por essa Liberdade!