Os cantares ao desafio ou desgarradas possuem todas as condições para se candidatarem a património Imaterial da UNESCO — sugeriu Paulo Lima, no lançamento do livro Severa 1820, sexta-feira, dia 17 de março, na Biblioteca Municipal Professor Machado Vilela, em Vila Verde.
O autor e coordenador da obra sobre a vida e obra da primeira fadista portuguesa falava na sessão que fechou o primeiro dia do programa “Aqui há Cultura!”, dinamizado pela EPATV — Escola Profissional Amar Terra Verde — e Câmara Municipal de Vila Verde e se prolonga até ao fim deste ano.
A obra foi apresentada pelas Edições Tradisom, através do seu editor José Moças, numa sessão presidida pelo vice-presidente do Município e vereador da Educação, Manuel Oliveira Lopes.
O livro Severa, 1820 inclui dois CDs, um com o filme Severa realizado por Leitão de Barros — onde são cantados dez fados — e outro com mais quatro fados da primeira fadista portuguesa, nascida cem anos antes de Amália, e não integram o filme.
Paulo Lima integrou os grupos que trabalharam a candidatura do Fado, do Cante Alentejano, da Arte Chocalheira e da Morna a Património Imaterial da UNESCO.
No final da sua intervenção, Paulo Lima sugeriu que as cantigas ao desafio ou desgarradas têm todos os atributos para se candidatarem a Património Imaterial da Humanidade. Entre as características destacou “a velocidade do raciocínio, o aumento do vocabulário, a rima dos versos e o improviso que é uma das três grandes artes do ser humano”.
O programa “Aqui há cultura!” prossegue no dia 14 de abril, às 21:30 horas, na Biblioteca Municipal Professor Machado Vilela, com uma conferência pelo jornalista Henrique Monteiro, antecedida, às 21:00 horas, pela inauguração de duas exposições: uma que retrata da vida de Emídio Guerreiro e outra que mostrará todos os vinis editados por Zeca Afonso.