Viver sob o despotismo da Liberdade foi a marca de água da existência de Emídio Guerreiro, um vimaranense, cujos combates foram apresentados hoje, dia 19 de abril, na Biblioteca Municipal Professor Machado Vilela, numa iniciativa conjunta da Câmara Municipal e da EPATV — Escola Profissional Amar Terra Verde.

Os alunos presentes foram desafiados a fazer um documentário ou filme sobre a vida deste combatente contra sete ditaduras explicadas por Luís Farinha, autor do livro Emídio Guerreiro — sob o despotismo da Liberdade — edição da Assembleia da República, numa sessão que contou, ainda, com a participação do Coronel Rui Guimarães, um dos Capitães de Abril que protagonizaram a Revolução dos Cravos.

A apresentação do livro inseriu-se no Programa “Aqui há Cultura”, na sua secção Conversas de Abril que se prolonga até dia 5 de Maio, com uma conferência sobre o Constitucionalismo Português a cargo eurodeputado Paulo Rangel, às 21.30 horas.

Antes da apresentação do livro, decorreu uma visita guiada às exposições – Obra discográfica de Zeca Afonso e biografia de Emídio Guerreiro – que estarão abertas ao público até 5 de maio.

Dando início a sessão, a Diretora da Biblioteca, Manuela Barreto Nunes, alertou a sala cheia: “se Portugal fosse um país a sério, já existiam documentários, filmes ou videojogos sobre Emídio Guerreiro”.

Arnaldo Sousa, professor da EPATV, lembrou que falar do 25 de Abril “tem tudo a ver connosco”, apresentando depois os dois oradores: o antigo diretor do Museu do Aljube e um dos heróis que fizeram o 25 de abril, o Coronel Rui Guimarães, nesse dia, no Regimento de Infantaria de Braga.

Explicando o título da sua obra, Luís Farinha destacou que “a defesa intransigente da liberdade era a essência do biografado, à qual acrescentou mais tarde a igualdade e a fraternidade”. Destacou, depois, pedaços de uma vida aventurosa na qual combateu sete ditaduras, participou em revoltas, combateu em três guerras

Por sua vez, Rui Guimarães enalteceu Emídio Guerreiro como um dos muitos Homens que “durante anos e anos se sacrificaram pela Liberdade”.

O Capitão de abril recordou que “se hoje temos dificuldades, nessa altura dos Fascismo havia fome e jovens perseguidos e presos por recusarem ir para a guerra”.

Coube a Manuel Lopes, vice-presidente do Município de Vila Verde, e João Luis Nogueira, Diretor Geral da EPATV, o encerramento da sessão com apelos a defesa da liberdade e da democracia, as quais não podem nunca ser dadas como garantidas.