O Diretor Geral da Escola Profissional Amar Terra Verde (EPATV) destacou hoje o nono lugar no Ranking Nacional das Escolas com Ensino Profissional “realçando o que se faz de bom e sublinha as boas práticas” que merecem mais respeito dos poderes municipais.
João Luís Nogueira falava aos jornalistas durante uma conferência de imprensa sobre a edição deste ranking, pela primeira vez, que envolve 568 escolas de todo o país no combate ao insucesso e abandono escolar em Portugal.
Mais de 35% de abandono e insucesso escolar tem custos sociais e económicos elevados e a EPATV – a nona maior entre as escolas avaliadas – reduz esse abandono a 6%, e a 5% de alunos que não conseguiram concluir o 12.º ano em três anos.
“O insucesso deve-se fundamentalmente à mudança de curso ou de escola, enquanto que o abandono se deve à emigração ou opção pelos cursos de aprendizagem do IEFP, mesmo assim muito abaixo da média nacional que é de 35%” – explicou João Luís Nogueira.
Para chegar a estes números, que fazem da EPATV a segunda melhor da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Cávado, o Diretor Geral da EPATV invocou as atividades transversais, como voluntariado, Eco-escolas, projetos integradores e desenvolvimento de soft skills.
No entanto, o panorama não é o melhor devido à “ausência clara de avaliação e orientação vocacional no nono ano, incapaz de orientar o aluno para a escolha do melhor curso ou profissão. Esta é feita na Escola Pública que está comprometida como os seus objetivos: mantê-los nessa escola”.
Esta situação apenas se resolve “com seriedade e não permitir que os Diretores das Escolas Secundária o façam. Alguns retem os alunos nas escolas para manterem as suas ofertas na constituição de turmas. Muitos alunos, ao fim do primeiro trimestre querem abandonar a Escola Secundária e vêm ter connosco” – prosseguiu João Luís Nogueira.
DISTRAÇÃO… AUTÁRQUICA
A EPATV podia fazer melhor “se nos permitissem participar nos programas de combate ao insucesso e ao abandono escolar”. Explicando, João Luís Nogueira lembrou o Programa da CIM Cávado, gerido pela Autarquia de Vila Verde, ao qual “pedimos adesão e não fomos integrados nas suas atividades, trata-se de uma exclusão quando o regulamento não rejeita, nas suas atividades de combate ao insucesso e abandono escolar, as Escolas Profissionais privadas”.
“Não precisamos do dinheiro, mas de boas práticas, mas o presidente da Câmara Municipal de Vila Verde devia estar distraído e quando a EPATV pediu esclarecimentos sobre a nossa exclusão, o autarca pediu ao administrador da CIM para nos responder. É uma decisão claramente política. Os nossos alunos não são extraterrestres – são vilaverdenses, na sua maioria – e os dinheiros públicos devem ser aplicados com transparência”.
As atividades em conjunto com outros alunos e escolas do concelho são altamente positivas no crescimento cultural e intelectual para as melhores escolhas no futuro.
João Luís Nogueira deu como exemplo das vantagens desses programas o Erasmus+, que só em 2018, enviou 85 estudantes da EPATV para estágios internacionais. Estas mobilidade “ajudam os nossos alunos a crescer exponencialmente. Juntos somamos, mas unidos multiplicamos”.
A concluir, o Diretor Geral da EPATV lembrou que o índice de 89% de empregabilidade dos alunos merece mais respeito do Município. Município este que multou a escola por abrir um alçado no edifício, para a adição de uma máquina de grandes dimensões às oficinas pedagógicas.