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PAPs: 21 metalomecânicos seguem para o trabalho e ensino superior

PAPs: 21 metalomecânicos seguem para o trabalho e ensino superior

21 finalistas do Curso Técnico de Metalomecânica da EPATV demonstraram, no dia 26 de maio, como se acelera a entrada no mercado de trabalho com rostos solidários. A marca solidária destes jovens — que já deixam saudades —  ficou patente em duas Provas de Aptidão Profissional (PAP) inspiradas na resposta inovadora às necessidades especiais das pessoas com Paralisia Cerebral e deslumbraram o júri.

Pedro Ferreira, Emanuel Coelho, Diogo Costa e Ricardo Antunes, visitaram a Delegação de Braga da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral e quiseram facilitar a vida a tantas pessoas com necessidades especiais de mobilidade, construíndo uma Cadeira de Standing Frame.

A máquina ajuda as crianças com Paralisia Cerebral a manterem posturas adequadas a desenvolver pequenas tarefas e aumentarem a sua autonomia.

Estes quatro jovens desenvolveram a cadeira desde os desenhos das peças todas em 3D, a sua impressão, o corte dos materiais, a soldadura, o torneamento e pesagem da estrutura, maquinação em CNC, pintura, montagem peça a peça, concluindo um projeto “arrojado, bem concebido e inspirado pela vossa sensibilidade para a causa a que responde”.

Desfeitas as dúvidas, com o funcionamento da cadeira, Narciso Pereira não teve dúvidas: “vós ou a Escola devia patentear esta cadeira. “É perfeita” — assim foi classificada a Rampa e Moldes Boccia construída pelo Ângelo Barros, Jorge Barros, Jorge Mota e Lucas Alves, para ajudar uma Associação de Desporto Adaptado de Braga e a secção de Boccia do Sporting de Braga, realizando todas as operações de desenho e construção de peças e sua montagem.

Presidido por Sandra Monteiro, Diretora Pedagógica da EPATV, o júri incluiu ainda os professores Ermelinda Leão (Diretora do Curso), Marco Alves, Aurélio Machado e Filomena Dias. Narciso Pereira, jurado externo e sócio-gerente da empresa Bramolde, sediada no Parque Industrial de Adaúfe, desde 1995, que se dedica à produção de peças metálicas de todo o tipo, não escondeu a satisfação com os trabalhos apresentados por vários grupos de alunos.

A manhã abriu com a apresentação de uma Prensa Hidráulica construída por João Oliveira, João Rodrigues, Rafael Gomes e Filipe Casquinha, desde o desenho peça a peça até ao corte, torneamento, fresamento, soldadura, rebarbamento e pintura.

Trata-se de um projeto “engraçado de uma peça muito utilizada nas empresas”, lembrou Narciso Pereira, enquanto a Diretora do Curso elogiou o trabalho do Rafael que levou o grupo às costas nos momentos de maior dificuldade.

Um rachador de lenha foi a segunda proposta, apresentada e construída pelo trio Cláudio Gomes, Tiago Pereira e Gabriel Domingues. Trata-se de um equipamento muito útil na região minhota que poupa tempo e esforço e é fácil de movimentar. O gerente da Bramolde classificou o instrumento de “arrojado e bem conseguido” destes jovens que vão todos trabalhar após o estágio.

As avós podem ficar sossegadas com a criação de Eric Ferreira e Hugo Martins. É que este dueto construiu um debulhador de milho que guarda os grãos num recipiente e os separa dos caroços, a pensar na avó do Eric.

A manhã terminou em grande velocidade com o teste ao Drift Trike na pista de acesso à EPATV, para gáudio de muitos alunos e jurados. É um triciclo motorizado construído pelo Ângelo Gonçalves, Joaquim Fernandes, Paulo Moreira e Daniel Costa. A estes quatro, Narciso Pereira lembrou que as “empresas não precisam de quem faça de conta… e vós mostrastes que não fazeis de conta”.