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Finalistas de Metalomecânica empregados deixam legado de ferramentas inovadoras

Finalistas de Metalomecânica empregados deixam legado de ferramentas inovadoras

A defesa das Provas de Aptidão Profissional (PAP) dos 16 finalistas de Metalomecânica — Variante Programação e Maquinação — aconteceu hoje, dia 20 de julho, na Escola Profissional Amar Terra Verde (EPATV) com novas ferramentas didáticas que beneficiam os futuros alunos.

Foi uma manhã carregada de emoção, dedicação e criatividade dos finalistas que já têm emprego garantido ou, para alguns, a dificuldade é a escolha entre várias ofertas.

Diogo Sousa, Ivan Pereira e Marco Oliveira abriram os trabalhos diante de um júri presidido por Sandra Monteiro (Diretora Pedagógica) e constituído pelos prof. Ermelinda Leão (Diretora de Curso), Marco Alves (Diretor de Turma) e Aurélio Machado (Docente), Dário Freitas (Docente e Colaborador da Moniz Dias) e Fernando Sá (SITE-Norte).

Este trio apresentou um protótipo de uma grua móvel para atuar em espaços pequenos no transporte de objetos diversos – uma ideia que o júri considerou “interessante porque é prática, permite cargas diversas e é uma ferramenta útil para pequenos armazéns”.

Sandra Monteiro admitiu estar “orgulhosa do vosso trabalho e investigação” enquanto Fernando Sá incitou-os a “saber vender melhor o produto, explicando melhor o processo de construção”.
Tal como o trio anterior, António Duarte, Hugo Costa e Marco Silva têm já emprego garantido no futuro e têm diante de si várias opções. Estes apresentaram uma catapulta, em metal, à semelhança da idealizada por Leonardo Da Vinci (em madeira). Marco Alves destacou “a capacidade demonstrada em dar a volta aos problemas que enfrentaram e Fernando Sá preferiu elogiar “o cuidado com os pormenores, demonstrando conhecimento aplicado numa peça funcional”.

Ermelinda Leão lembrou que esta prova envolveu todas as áreas da metalomecânica, desde os materiais, os processos, as fases de corte, soldadura, torneiro e fresamento, o que traduz “muito trabalho na conceção e na execução”.

Uma Cabina de pintura foi desenhada e construída por Francisco Silva, Joel Gomes e Ivo Martins. O equipamento contou com apoio do Curso Técnico de Eletrotecnia e mostrou ser uma “ideia funcional e útil, mesmo até pela capacidade de desenho digital dos alunos”.

Aurélio Machado lembrou a estes finalistas que “a ajuda dos colegas e professores acabou hoje. A partir de agora, ides estar por vossa conta”.

Uma Caixa de Velocidades Didática foi a proposta de João Sousa e Jorge Pereira e é outra peça que vai enriquecer o parque de máquinas da EPATV. A fase de Desenho em 3D foi a mais complicada neste projeto que exigiu o fabrico de todos os componentes. “São um exemplo para o nosso curso, pelo empenho, trabalho e camaradagem que sempre demonstraram. Foram os primeiros a concluir a PAP e ainda ajudaram os colegas. Continuem assim” — comentou Aurélio Machado. Por sua vez, o representante do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Transformadora, Energia e Ambiente, enalteceu a “capacidade de vender o produto. Demonstrastes belas capacidades e sois ambiciosos”. Sandra Monteiro agradeceu-lhes “essa postura e forma de estar que vão ser reconhecidas pelas empresas. Deixais aqui uma marca” e Ermelinda Leão não escondeu a sua emoção: “estou comovida e vós mostrais-me que faz todo o sentido ser professora. Ver o vosso crescimento é um orgulho. Existem alunos que ficam em nós para a vida e vós ficais”. Dário Freitas foi mais longe e alertou: “nunca achem que o que fazem é simples. Não é. Além da capacidade e saber para dar resposta aos problemas, ides ser profissionais incríveis”.

Uma prensa de aperto — para ser utilizada nas oficinas da EPATV — foi o protótipo apresentado por Luís Afonso Lobo e Marco Fernandes que testaram os seus conhecimentos em desenho com CAM e CAD, programação, fresagem, maquinação, torneamento e zincagem com níquel. Trata-se de uma peça móvel e mais versátil que as tradicionais prensas. Estamos perante o trio de alunos que pautam a sua vida pelo voluntariado em prol de famílias carenciadas e no apoio aos colegas. O Marco lembrou as “muitas amizades, os momentos incríveis que viveu nestes três anos. Já tenho saudades da escola” — concluiu.

A manhã terminou com três alunos finalistas, vindos do Brasil, ao abrigo de um acordo de Cooperação que a EPATV celebrou há anos com o município de Brejinho de Nazaré. O Eric Nobre e o Herverton Chrystian, oriundos do Nordeste do Brasil estavam acompanhados do Wesley Oliveira, nascido em São Paulo. Só este tem os pais a trabalhar em Portugal, bem como o irmão, enquanto os dois primeiros estão em Vila Verde há três anos com imensas saudades da família, ou como disse o Eric: ”três anos sem comer feijão preto”.

Depois de apresentarem a sua nova Lixadora, assumiram que “todas as expectativas foram correspondidas”. Os professores colocaram o acento tónico na “sua capacidade de evolução, entregues a si próprios, em três anos, sem ver ou visitar o seu país”. Depois de uma “apresentação muito boa, em que defenderam bem o seu projeto” — como disse Ermelinda Leão —  vão os três continuar por cá, com emprego na Bysteel, do grupo DST.