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Saúde mental: empatia é o músculo maravilhoso

Saúde mental: empatia é o músculo maravilhoso

A EPATV acolheu, no dia 28 de fevereiro, uma peça de teatro combinada com intenso debate sobre a saúde mental, em que os alunos foram desafiados a “estimular um músculo maravilhoso que é a empatia que nos faz colocar no lugar do outro”.

Os alunos dos Cursos de Animador Sociocultural, Técnico de Multimédia, de Esteticista e de Cabeleireiro acolheram com entusiasmo e interagiram com os três actores da Baal17, uma Companhia de Teatro na Educação do Baixo Alentejo, sediada em Serpa, liderados pelo Rolando Galhardas.
A peça de teatro debateu as temáticas Saúde Mental, no âmbito do Programa Cuida-te + Educação para a Saúde, implementado pelo IPDJ – Instituto Português do Desporto e Juventude.
É um programa que oferece o acesso gratuito a um profissional de saúde mental, com toda a privacidade, e visa sensibilizar os jovens a cuidar mais dos outros e a tratarem-se bem.
Dinamizado pelo Gabinete de Psicologia da EPATV, o espectáculo foi estruturado em várias cenas intercaladas com debate com os alunos sobre um problema que “pode afectar toda a gente, com a agravante de haver um preconceito em falar dele, porque é difícil aceitar a depressão e perceber os seus sinais ou sintomas”.
O ator principal lembrou ”aquele momento em que perguntamos a toda a gente se está tudo bem, mas 90 por cento das vezes não queremos saber a resposta”.

Ao longo da peça de teatro-debate, os atores destacaram que as dificuldades da saúde mental “não se resolvem com escapes, como o álcool ou as drogas, tendo em conta os níveis de desespero, exaustão de uma pessoa que se sente desvalorizada, que não faz falta, está a mais, chateia e aborrece os outros”.
As situações de “depressão, ansiedade e de pânico geram uma dor mental forte, agressiva e silenciosa, e torna-se difícil levar uma pessoa deprimida a um psicólogo”.
Citando um estudo da OMS — Organização Mundial de saúde — “um terço de vós está a desenvolver um processo de ansiedade e não nos apercebemos. Essa pessoa está ao nosso lado. Não a devemos deixar só e devemos estar disponíveis para falar e ouvir”.
“Eu venho de uma região com a maior taxa de suicídio de Portugal — lembrou Rolando Galhardas — e sabemos que a taxa de suicídio em Portugal, nas pessoas entre os dez e os 25 anos, é de 66 por cento”.

As pessoas com sintomas de depressão, ansiedade ou pânico “não se abrem por vergonha porque vão parecer fracos ou frágeis. Ninguém está sempre feliz, porque a felicidade permanente não faz parte da condição humana”.
O problema dos outros está no outro — assegurou o ator, lembrando aos alunos da EPATV que eles passam “oito meses juntos, muito mais tempo que aquele que passam com pais ou irmãos. É por isso que, muitas vezes, os pais e irmãos não percebem o que se está a passar”.
Depois, no nosso tempo, “em meia hora fazemos 50 ou 60 likes nas redes sociais e na vida real não fazemos nenhum e, na relação com os outros é muito difícil encontrar pontos positivos mas o ataque, a ofensa, o bullying ou insulto são muito fáceis”.