Empregabilidade total e inovação — a merecer patentes — são a marca de água das Provas de Aptidão Profissional (PAP) dos vinte finalistas do Curso Técnico Profissional de Produção Metalomecânica da Escola Profissional Amar Terra Verde (EPATV) realizadas no dia 19 de julho.
“Deixais saudades” — garantiu várias vezes, a prof. Sandra Monteiro, presidente do Júri, após as sete PAP’s que foram apresentadas ao longo da manhã, perante um júri que integrava os Prof. Ermelinda Leão (Diretora de Curso), Marco Alves (Diretor de Turma) e João Vale, além de Tiago Araújo (representante da empresa Bysteel) e Paulo Amorim (do SITE — Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte —-Norte).
A Diretora Pedagógica lembrou a importância deste Curso para a economia do interior minhoto: “na Comunidade Intermunicipal do Cávado (Amares, Braga, Barcelos, Esposende, Terras de Bouro e Vila Verde), apenas a EPATV e a Secundária Carlos Amarante possuem este curso, mas na Eletrotecnia só existe um Curso Técnico Profissional na EPATV). Os nossos empresários merecem estas apostas nossas que exigem os melhores e seguros equipamentos e máquinas e professores competentes”.
Esta é a prova, para os mais distraídos, “da importância da EPATV num território, com 1245,8 Km2 de área, onde vive uma população superior a 410 mil pessoas” — destacou a Prof. Sandra Monteiro.
A manhã de inovação tecnológica em metalomecânica arrancou com a apresentação de uma máquina trituradora de aparas de metais, por Emanuel Silva, Fernando Costa e Luís Talina, na vertente de programação e maquinação, que começou com o desenho, prosseguiu com a execução física da peça, nas várias oficinas da Escola, e encerrou com os acabamentos. Cada uma das provas é acompanhada de um relatório escrito em que são mencionados o cronograma da prova, os desenhos em 2 ou 3 D, a execução das peças e uma exibição do funcionamento do protótipo construído ao longo do último ano, mesmo com as limitações do confinamento nos meses de janeiro a março. O relatório menciona as surpresas surgidas no caminho e aponta soluções para respostas a melhorar, deixadas para futuros colegas solucionarem.
Estávamos perante três casos de sucesso nos estágios realizados nas empresas que os acolheram e os contrataram para serem seus profissionais a partir dos próximos dias.
O mesmo sucesso foi conseguido por Mário Silva, Miguel Rocha e Rodrigo Santos, embora um prefira continuar os estudos superiores nesta área, ao construir um suporte de cone para as oficinas da EPATV. O representante da Bysteel, Tiago Araújo definiu o projeto como “uma ideia interessante a aproveitar para ser desenvolvida na nossa empresa”.
E que dizer de uma mesa elevatória para tratar de animais, com peso até 50 quilos, até um metro de altura que foi apresentada por Armindo Simões, David Faria e Pedro Lobo? O esquema central está executado e necessita de pequenos aperfeiçoamentos por futuros colegas de modo a enriquecer esta máquina.
André Silva, Jorge Araújo e Vítor Costa estiveram perfeitos no protótipo que desenharam e construíram mas o relatório “não dá valor ao vosso trabalho” — lamentou Paulo Amorim, do SITE-Norte. De facto, eles construíram grampos de fixação lateral para peças de uma fresadora, utilizando fresadoras, tornos e limas, além de outras ferramentas como o Desenho 3D.
Por sua vez, a Diretora de Curso teve uma palavra especial para o André, “sempre disponível a colaborar com os outros colegas”. Ermelinda Leão concordou com Paulo Amorim e aconselhou este grupo a “saber vender — entre aspas — as vossas qualidades e competências. Temos de saber valorizar o nosso trabalho”.
Uma máquina de lixar foi a proposta de Hugo Pereira, João Vieira e Rui Ferreira que possui a singularidade de ser portátil e serve para ajustar as dimensões finais das peças nas oficinas da Escola.
O representante da Bysteel alertou este trio, dizendo: “é bom que tenham a noção de pormenores a melhorar mas está uma peça bem conseguida, portátil, com energia monofásica”, o que facilita a generalização do seu uso.
Uma morsa de bancada para enriquecer as oficinas da EPATV foi concebida e executada por Hugo Sousa, João Araújo e Luís Pereira, a qual permite maior rigor nas medidas das peças a construir numa oficina de metalomecânica.
Ecologicamente, esta manhã encerrou apoteose, com uma máquina trituradora de madeira que permite o aproveitamento de ramos de árvores para fazer serrim e outros derivados. Trata-se de uma proposta construída por Alexandre Jesus e de César Silva. O primeiro vai assinar com a empresa onde fez o estágio, o segundo vai seguir o negócio dos pais… com muita pena dos seus professores, devido às suas qualidades humanas e competência profissional.
