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EPATV oferece garantia de emprego para 40 finalistas de Cozinha e de Bar

EPATV oferece garantia de emprego para 40 finalistas de Cozinha e de Bar

Encerrou hoje a maratona das Provas de Aptidão Profissional (PAP) dos finalistas de Restaurante/Bar e Cozinha/Pastelaria na Escola Profissional Amar Terra Verde (EPATV), com uma qualidade que desafia os empresários a discriminar positivamente estes alunos. Esta é a conclusão dos membros do Júri, após mais um festival de cores, sabores, aromas e inovação em várias gastronomias.

Durante dois dias, quatro dezenas de alunos finalistas, apresentaram as suas PAP’s: uns já estão a trabalhar, outros começam a partir de 1 de agosto e um segue os estudos superiores na Escola de Hotelaria e Turismo de Viana do Castelo. “Que mais podíamos querer?” — pergunta Sandra Monteiro, Diretora Pedagógica da EPATV.

“Fiquei surpreendido. Nunca imaginei que houvesse tanta qualidade nesta formação, aqui em Vila Verde” — assegurou Lucas Fernandes, vice-campeão do Hell’s Kitchen Portugal. Nascido em Vila Verde, Lucas Fernandes cresceu na Alemanha, recebeu formação profissional e trabalhou em hotéis 5 estrelas e a bordo do melhor navio de cruzeiro do mundo, o Europa 2, entre outros.

A PAP — na primeira jornada —  envolveu provas de gastronomia minhota, japonesa e italiana, street food, cupcakes, sous-vide (a vácuo) e bacalhau. Paralelamente, metade dos alunos do Restaurante e Bar abriram o apetite aos jurados com cocktails, cervejas artesanais, vinhos verdes e o serviço de café.

Esta PAP lança desafios urgentes aos empresários: “os jovens aqui formados não aceitam as tradicionais ofertas de trabalho, porque se paga mal aos jovens com formação profissional” — alertou Rafael Oliveira.

Este jurado, em representação da Feel Travel Minho, sugeriu a criação de uma Carteira Profissional, garantia de quem contrata e para quem trabalha, à semelhança do que acontece nas farmácias. Só podia abrir um estabelecimento de restauração ou turismo quem possuir uma Carteira Profissional que garanta o mínimo de qualidade e de segurança”.

Sandra Monteiro, Diretora Pedagógica da EPATV alerta que as Escolas públicas — com curso profissionais — não possuem qualquer certificação que é “exigida às escolas Profissionais. Existem cursos de Mecatrónica, por exemplo, que não têm uma oficina. A nós são exigidas todas as certificações e não somos valorizados”.

Rafael Oliveira desafiou as empresas a fazer uma reflexão: “porque é que os jovens não aceitam as suas ofertas de trabalho? Paga-se o mesmo que a outro jovem sem experiência de trabalho, enquanto estes jovens têm formação profissional em empresas credenciadas, no segundo e terceiro anos, pelo menos. Os nossos restaurantes têm de repensar salários,  horários e um novo regime de folgas”.

Por sua vez, o representante da Escola de Hotelaria e Turismo de Portugal afirmou que — com as atuais regras — “a hotelaria e a restauração não são atrativas para os jovens, para ninguém”.

Apesar das dificuldades, a prof. Olga Martins revelou a grande maioria dos alunos da EPATV ficam a trabalhar nas empresas onde estagiaram —atestando a qualidade das empresas parceiras da EPATV — e um finalista prossegue no ensino superior.

AS PROPOSTAS

A primeira parte destas PAP’s abriu com um Cocktail e Bar apresentado  pela Ana Isabel Cunha (de Ribeira do Neiva) e de Mariana Dias (de Amares), seguindo-se uma “exposição de cervejas” com o David Carvalho (Vila Verde) e Ricardo Oliveira (Moure).

O serviço de café, com Licor Beirão, foi a proposta dos André (s) Braga (de Prado) e Rodrigues (Póvoa de Lanhoso) e a Andreia Costa (Parada de Gatim). O João Pessoa (jurado em representação do Licor Beirão) gostou e sugeriu novas misturas aos três jovens.

Lurdes Carvalho, dos Cafés Nestlé, estava entusiasmada com a qualidade do trabalho destes finalistas, que não podiam esquecer os Vinhos verdes bem apresentados pelo vilaverdense Alberto Soares.

Estava na hora que saborear as propostas de Cozinha e o Júri, presidido por Sandra Monteiro, foi-se aproximando da enorme mesa,  com representantes da Escola de Hotelaria e Turismo de Portugal, APHORT, Feel Travel Minho, Cafés Nestlé, Licor Beirão, Lucas Fernandes (vice-campeão do Hell’s Kichten), Daniela Matos (Diretora de Turma de Cozinha/Pastelaria) e Palmira Moreira (Diretora Turma Restaurante/Bar).

É o momento aguardado pelos professores formadores Olga Martins, António Igreja, Nuno Silva, Américo Silva e Rodolfo Melendrez, ansiosos pela aprovação dos seus alunos que têm aqui o momento alto da sua aprendizagem. São vinte alunos  — surpreendidos com a entrada de dois chefes jurados na cozinha que meteram as mãos na massa, literalmente — e dezassete provas a apresentar.

A Beatriz Costa e Daniel Pereira exibiram-se com a Cozinha Minhota, mas o João Paulo Fernandes atreveu-se a fazer um Risotto de Frango e Cogumelos.

Para as sobremesas, a proposta foi a da Ana Catarina Araújo e do Rodrigo Ferreira, enquanto o Rúben Torres se inclinou para uns Cupcakes e  Francisco Lopes optou por uma sugestão italiana contemporânea, ao passo que Daniel Fernandes foi mais tradicional.

Arrojado foi o André Lima de Carvalho com um cachorro de fígado de vitela e um hamburger de bacalhau enquanto o Gabriel Costa se exibiu com um cozinhado em vácuo (Sous-vide), ao passo que o Ricardo Moreira optou pelo saboroso arroz cremoso de bacalhau.

No segundo dia desta maratona, à qual se juntou o jurado Agostinho Peixoto, em representação da Turismo Porto e Norte de Portugal, a dupla de Vieira do Minho (César Fernandes e Simão Sousa) celebrou a arte ao serviço dos queijos, na categoria de Restaurante e Bar.

Jéssica Silva (de Moure, Vila Verde) e Cristina Oliveira (Ribeira do Neiva) ilustraram o serviço de Vinhos do Porto com todos os “quês e porquês” enquanto as quatro sangrias desenvolvidas por José Laranjeira (Gerês) e Hélder Cunha (Parada de Tibães) mostraram as diferenças entre brancos, tintos e espumantes.

A arte de bem servir cocktails de aguardente foi entregue — e bem — à tripla constituída pela Vanessa Freitas (S. Vítor, Braga), Liliana Carvalho (Oriz, S. Miguel, Vila Verde) e Patrícia Barbosa (Ribeira do Neiva, Vila Verde) com uma marca de Atiães, Vila Verde — o Gin Valley.

A equipa de Cozinha e Pastelaria mostrou a sua criatividade com a gastronomia transmontana através de Leonardo Vasconcelos, enquanto José Pedro Alves se dedicou à gastronomia portuguesa. Rafael Barroso preferiu a cozinha italiana, enquanto Nuno Gabriel Pontes celebrou a francesa. A cozinha contemporânea foi tema escolhido e realizado por Eduardo Seara, Sara Mota e Tatiana Machado, enquanto a Catarina São Bento deliciou os jurados com a pastelaria americana. Deste manancial de cores, sabores e aromas, saíram pratos degustados pelos jurados que arrancaram com um Carpáccio de polvo, prosseguiram com um tataki de atum, um bacalhau confitado, com puré de batata doce, migas de pimentos e jous de camarão, sem esquecer um bacalhau à portuguesa com pudim de grelos.

Ainda haviam filetes de polvo com arroz do mesmo e um foie-gras com puré de maçã, cogumelos e gelatina de espumante. Mais uma Posta à mirandesa, tudo regado com vinhos da Quinta de Regueiro (Melgaço), Mãos reserva branco (Douro), Aplauso espumante (Bairrada) e Duvalley Reserva tinto (Porto). O remate foi dado pela maravilhosa “maçã” entremet e um Finger de chocolate, regado com Porto Dow’s LBV.

Dia 1

Dia 2