A recente emergência das redes sociais veio alterar significativamente a relação dos políticos com aqueles que representem e que os elegeram para os cargos públicos. Apesar de ser um fenómeno relativamente recente e de estarmos a falar de um universo em constante evolução, é uma realidade inegável e que veio para ficar, sendo já possível identificar diversos pontos positivos e negativos que a ´revolução digital´ trouxe no campo político.

Enquanto autarca e responsável máximo da Câmara Municipal de Braga, sou um assumido adepto da utilização das redes socais, em especial o ´Facebook´. Dentro da política de proximidade, diálogo e construção de um clima de saudável intercâmbio de ideias com os munícipes que nos comprometemos a implementar, considero ser este um meio de comunicação de valia inestimável.

À distância de um clique, todos os Bracarenses podem expor as suas opiniões e problemas e obter uma resposta minha ou dos serviços camarários. Já nada cai na obscuridade. Se os políticos são criticados por estarem muitas vezes ´desligados´ dos reais problemas da população, as redes sociais podem ser uma excelente forma de ´descer à terra´.

Evidentemente que aos aspectos extremamente positivos aliam-se outros de carácter negativo. É essencial ter bom senso na utilização das redes sociais, porque estas podem ser também um terreno fértil para o populismo e demagogia. A vertigem da informação e facilidade com que as opiniões de difundem fazem com que muitos assuntos de interesse público sejam analisados de forma leviana e até enganosa. Esse é um risco sério de que devemos estar cientes.

Em suma, interessa perceber que os cidadãos têm uma participação cívica cada vez mais activa e que o futuro da política passa por ouvir o que estes têm para dizer, contrariando posturas autistas que marcaram políticas e políticos do passado. E se é nas redes socais que os cidadãos estão, também é lá que os políticos têm de estar.