O Futuro que imprimimos

Em tempos em que se ouvem constantemente dados desanimadores sobre o estado atual da economia, falta de oportunidades e num país com uma das maiores taxas de desemprego jovem na Europa, interessa voltar às nossas raízes e criar; criar os nossos projetos, colocar as mãos à obra, dar vida às nossas ideias e assim, construir o nosso futuro.

Passamos de tempos em que se colhiam as oportunidades, onde o mais correto era encontrar um “emprego” que se estabelecesse durante anos até a idade da reforma – para tempos em que temos de criar as nossas oportunidades se queremos assegurar o nosso futuro.

Olhando para o panorama atual, podemo-nos perguntar se este não será o pior momento, ou o menos favorável para o fazer.

Mas a verdade é que no panorama global, e em concreto no nosso país, está a ser e vai ser nos próximos anos uma das melhores alturas para arrancar com a nossa própria ideia de negócio e sermos empreendedores, (pois se tiverem uma boa ideia, haverá sempre alguém ou alguma medida de estímulo para vos ajudar a andar para a frente). Ainda que possam ser ridicularizados, ou mesmo que a maioria das pessoas não entendem o porquê de estarem a abdicar de um jantar de aniversário ou de uma saída com os vossos amigos, ou que não cheguem sequer a perceber na verdade “o que é que vocês estão a fazer”, basta que vocês próprios acreditem e lutem. Pode parecer algo lírico e irreal ou mesmo um conjunto de ideais pré-definidos, quando vos dizemos que o percurso é doloroso, e que se cai imensas vezes, vezes essas em que poucas vezes nos sentimos capazes de nos levantar e repensar toda a nossa ideia de negócio outra vez. Mas uma dessas vezes acerta-se e compensa por todas as outras vezes em que se grita, se chora de desespero e apetece desistir para seguir o caminho mais fácil.
No nosso exemplo prático – a XPIM 3D: o nosso negócio começou a ser desenvolvido para um serviço de impressão 3D, ou seja – uma espécie de reprografia onde seriam impressos em 3D protótipos e maquetes enviados pelos nossos clientes. Apoderámo-nos da garagem, os carros passaram a dormir ao relento e começamos a construir a nossa impressora. Construímos a mesma para poupar o valor de comprarmos uma (sendo que não tínhamos verbas para essa compra) e os resultados espantaram-nos! Conseguimos resultados de impressão incríveis para o tipo de tecnologia utilizado. Após alguns serviços os nossos clientes começaram cada vez mais a apreciar a nossa máquina e os resultados obtidos, o que levou a uma procura pelo próprio equipamento. Tivemos que reformular toda a ideia de negócio, e estudar o mercado na área de produção e venda do nosso próprio equipamento.

É um trabalho e uma pesquisa infindável, não conseguimos parar e pensar: Já está! Porque temos que continuar a pesquisar, a melhorar, acompanhar e superar os nossos concorrentes. Quem sabe se eventualmente o mercado não mude outra vez, e tenhamos que alterar todo o nosso plano de negócios novamente?

O mais importante é sempre: Não desistir! Confiar nas próprias capacidades e acreditar sempre!

Nós, portugueses já fomos um povo de conquistadores, apesar de sermos uma população em tão pequeno número. Somos o povo com mais capacidade de “desenrasque”, e podemos ter pouco, que conseguimos fazer muito! Por isso, chega de pensarmos que somos infelizes e “coitados” por não conseguirmos ter os apoios necessários, ou porque não temos as mesmas oportunidades que os outros países. Hoje em dia não há limites,um negócio é sempre internacional, e o vosso público alvo pode ser no outro lado do globo. Temos uma sorte imensa em vivermos na era das novas tecnologias, em que podemos criar para todos, interagir com todos os seres humanos. E acima de tudo, mesmo que uma ideia possa parecer ridícula aqui no nosso cantinho, pode ter um enorme potencial para qualquer outro grupo de pessoas pelo Mundo.

Boa sorte criadores!

Nuno Oliveira

Fundador da XPIM